Uns dias antes do fecho geral saiu a portaria que irá regular os novos Centros para a Qualificação e Formação Profissional que são uma alternativa séria e competente como a própria portaria sugere, o que me fez questionar se todo o trabalho desenvolvido nestes anos não foi... mas enfim... até parece que não é como os médicos e os advogados (ou qualquer outra profissão) onde há bons e maus profissionais. A portaria trás novidades mas muito se mantém:
- os processos tão mal falados (muito por desconhecimento do que efetivamente se trata) de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências continuaram a ser feitos,
- os centros servirão para efetuar esses processos e orientar e encaminhar os adultos (e agora também) jovens (!!!) para outras ofertas formativas (existam elas!)
- estas novas unidades estarão a funcionar a partir do próximo ano letivo,
- e objetivo principal continua a ser a empregabilidade dos ativos em Portugal.
Eu não tenho nenhuma filiação política e considero-me uma livre pensadora daí que esta situação me perturba, também por ter sido uma das centenas de profissionais a ter ficado desempregada em janeiro devido ao fecho dos centros, e portanto dou-me ao direito de analisar e pensar segundo o meu ponto de vista. As minhas perguntas são seguintes:
- Num momento em que a educação obrigatória são 12 anos, porque raio precisarão os miúdos de alternativas se o Governo já decidiu que os que não servirem para o secundário regular serão encaminhados para cursos profissionais???
- Esta situação não desprestigia o ensino profissional? E por outro lado não fomenta a ideia de que 'ah e tal foi para o ensino profissional porque não dava para mais?' Que tipo de elitismo estúpido é este?
- Os processos RVCC, apedrejados em praça pública por muitos vão continuar a existir, pois é reconhecido valor ao reconhecimento das aprendizagens experiencias, tal como a OCDE e a União Europeia tem vindo a dizer há anos e anos, que estranho, não foi este Governo que andou a dizer que isto não tinha jeito nenhum???
- Mais ainda, Portugal era um dos três primeiros países no ranking da existência e operacionalização de sistemas para a validação da aprendizagem ao longo da vida, e agora qual vai ser o nosso número?
- O próximo ano letivo começa daqui a meio ano, a maioria dos centros fechou em dezembro último pelo que os adultos em processo terão de esperar quase um ano, para ter resposta... Será que vão esperar ou vão aumentar os números emigração?
- E a pergunta principal, como é que o nível de escolaridade, seja ele qual for, gera emprego??? É que eu tenho uma licenciatura pré-bolonha e um mestrado, o que faz com que tenha estudado aproximadamente 19 dos meus 31 anos... e estou desempregada oficialmente.
Portanto, estes dias começa um novo capítulo na história da Educação e Formação de Adultos em Portugal. Como todos os livros e histórias, espero que a realidade seja bem mais interessante que a ficção e principalmente que eu esteja engana a vários níveis...
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